Boletim maio 2014

Boletim de maio de 2014 do OTAL

Apresentação do Boletim do OTAL  de maio de 2014

Wallace Moraes

Maio é o mês das comemorações do dia dos trabalhadores em todo o mundo. Com efeito, os pesquisadores do OTAL tentaram retratar a luta e as comemorações nos diferentes países da América Latina.

As divisões da classe trabalhadora em partidos ou mesmo por veio ideológico, como reformistas e revolucionários, fez com que as comemorações fossem realizadas por vezes dentro do país de maneiras distintas. Tal como ocorreu na Argentina, Uruguai, Bolívia e México.

No Brasil, poderemos perceber a continuidade da intensa luta por direitos humanos levada a cabo pelos moradores de favelas e periferias, principalmente, do Rio de Janeiro. Eles almejam não ser presenteados por balas “perdidas” toda vez que a polícia sobe o morro. Atualmente, esses governados têm mostrado sua indignação e enfrentado as forças de repressão do estado com paus e pedras. Veja no excelente relato de Cecília.

 

A pesquisadora Ana Luiza Dias descreve aquilo que tem sido o cotidiano brasileiro no clima pré-copa caracterizado por vários movimentos grevistas. A luta de classes está a todo vapor no Brasil e se expressa pelas tentativas de diminuição das perdas salarias de diversas categorias como: rodoviários, metroviários, garis, professores, engenheiros, funcionários públicos e diversas outras. O Brasil em maio/junho esteve “ardendo”, como mostra Dias.

O pesquisador Lucas Bártolo vem cumprindo um papel histórico importante ao relatar as lutas populares na Colômbia, país marcado pela luta de várias guerrilhas e por levantes populares importantes, simultaneamente, por governos extremamente autoritários e repressivos. Bártolo mostra o alto número de mortes de ativistas políticos no país. Nesse boletim, ainda, são tratados os desdobramentos do grande paro agrário e a intransigência do governo de Santos, agora reeleito, em não negociar com os trabalhadores.

O pesquisador Anízio Lobo mostra o protagonismo da luta internacionalista no México e o quanto a luta libertária é perseguida pelos agentes do Estado. Oaxaca e Chiapas continuam fervendo em fogo revolucionário.

Eduardo Matos descreve a luta dos trabalhadores na Argentina e o título do seu boletim resume muito bem o momento atual da luta sindical no país de Messi: “Entre o oficialismo pelego e a espoliação patronal”. O pesquisador relata como que as estruturas sindicais levam muitas vezes a paralisia. Vale a pena ler.

Karen Barrientos relata de maneira única a ligação da principal central sindical boliviana com o governo. Essa relação não é exclusiva da Bolívia, mas tem sido comum sob os governos social-democratas e socialistas de estado desde pelo menos o início do século XX. Normalmente, os interesses dos trabalhadores saem perdendo, como nos induz a ver a pesquisadora que utiliza-se inclusive de uma citação de Malatesta para expressar bem o momento de crise do sindicalismo.

 

Guilherme Moreira retrata as duas diferentes comemorações do primeiro de maio no Uruguai uma encaminhada pela PIT-CNT e outra pelos anarquistas. O pesquisador relata as atrocidades cometidas pelas forças policiais contra manifestantes no país de Mujica.

Boa leitura, reflexão e ação!

 

BRASIL – Dia do trabalhador e greves no Brasil

Ana Luiza de Castro Dias

No dia do trabalhador, houve diversas comemorações e eventos organizados, principalmente, pelas centrais sindicais em todo país. Como previsto, no feriado as comemorações incluíram diversos shows, apresentações teatrais e passeatas que reivindicavam direitos trabalhistas. Em todo mundo foi possível observar grandes mobilizações no 1º de maio. Todavia, apesar das reivindicações dos trabalhadores, o caráter festivo do feriado predomina e, de certa forma, ganha maior destaque nos meios de comunicação em geral.

Mas, é evidente que apenas nesse primeiro semestre de 2014, o Brasil já presenciou e está presenciando grandes acontecimentos como a preparação para a Copa do Mundo no país, os desdobramentos das manifestações contra este evento, que se estenderam após as jornadas de junho/julho de 2013 e, relação às lutas das classes trabalhadoras, uma verdadeira “explosão” de greves de diversas categorias. Além disso, no segundo semestre tem eleições presidenciais e para governadores, que em vários estados do país, foram alvo dos protestos do ano passado.

A começar pela continuidade da mobilização dos técnicos administrativos das universidades federais que estão há mais de 50 dias de greve, as negociações com o ministério da educação (MEC) parecem não avançarem.

Em 15 de abril, a greve dos polícias militares na Bahia se iniciou após a rejeição da proposta feita pelo governo em relação ao plano de carreira e promoção na corporação. Nesse período, a segurança pública foi feita pelas forças armadas nacionais.  O fim da greve, após 2 dias de paralisação, foi votada em assembleia. Todavia, após o término da mobilização, o presidente da Associação de Policiais e Bombeiros e seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), Marco Prisco, foi preso pela Polícia Federal. Ele é vereador (PSDB) em Salvador, e foi denunciado pelo ministério público da Bahia (MPF/BA) por participar de crimes contra a segurança nacional durante a greve da polícia militar baiana ocorrida em 2012. Segundo o Ministério Público, ele e mais 6 denunciados se beneficiaram politicamente com a greve nas eleições municipais.

(Saiba mais em: http://www.ebc.com.br/noticias/politica/2014/04/preso-lider-do-movimento-grevista-da-pm-baiana)

Em Belo Horizonte, os garis e outros funcionários de limpeza urbana também iniciaram uma mobilização que durou apenas 2 dias, pois terminou com um acordo entre o Sindicato dos Empregados em Edifícios e Condomínios e dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Belo Horizonte (Sindeac) e as empresas responsáveis pelo serviço.

No Rio de Janeiro, cerca de 60% os vigilantes bancários (segundo o sindicato) aderiram à greve e estão parados há 20 dias. As principais reivindicações são o reajuste salarial de 10%, plano de saúde, R$ 20,00 reais de vale alimentação e adicional de periculosidade e risco de vida. Atualmente o piso desses profissionais é de R$ 528,00 por mês.

Também no Rio, a greve dos motoristas de ônibus foi decretada por 48 horas a partir de terça dia 13/05. Uma outra paralização ocorreu na semana anterior e durou um dia. Após audiência de conciliação a categoria voltou a fazer paralizações, pois os profissionais não aceitaram a determinação de 10% de aumento nos salários e 40% na cesta básica acordados entre o sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sintraturb) e a Rio Ônibus/Prefeitura. Os rodoviários pedem reajuste salarial de 40% e fim da dupla função de motorista/cobrador. Alguns ônibus foram quebrados durante as manifestações e há relatos de violência policial contra os motoristas grevistas, em especial contra os que protestavam em frente a uma garagem da empresa Alpha, no bairro do Engenho Novo; um repórter do jornal “A nova democracia” também foi atingido com spray de pimenta. A Justiça também emitiu uma proibição para impedir os “líderes” de incitar a categoria ou de tentarem impedir o funcionamento dos ônibus. (Saiba mais em: http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2014/05/justica-proibe-lideres-dos-rodoviarios-de-incitar-greve)

Ainda no Rio, os profissionais da educação da rede municipal e estadual estão em greve desde segunda-feira dia 12/05. Segundo o sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), as reivindicações são 20% de aumento, um terço para o planejamento de aulas, abertura de concursos e diminuição da carga horária para 30 horas. Os profissionais também exigem que o acordo feito na última greve, em outubro de 2013, seja cumprido. Segundo o sindicato, a rede municipal de Duque de Caxias (Baixada Fluminense) está em greve por tempo indeterminado e em Nilópolis os docentes farão greve de advertência por 48 horas. (Saiba mais em: http://www.seperj.org.br/index.php)

Os Engenheiros e arquitetos do município do Rio também decretam greve até quinta-feira (15/05), a categoria reivindica aumento salarial de R$ 4.700 para R$ 8.400. Segundo a Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (Seaerj), 800 dos 1.200 funcionários aderiram à greve o que representa mais de 60% dos profissionais.

Os profissionais do Ministério da Cultura iniciaram no dia 12/05 uma greve para reivindicar a negociação em relação a gratificações por titularidade, entre outras pautas. A mobilização paralisou os museus administrados pelo Ibram e a greve coincide com a 12ª semana Nacional dos museus.

Essas foram apenas algumas notícias sobre as greves ocorridas no mês de abril e começo de maio. Enfim, relatar todas as greves no país está cada vez mais difícil, pois são muitas mobilizações acontecendo em um curto período. Há muitas lutas populares em todos os estados. Estamos, torcendo e lutando pela vitória nas greves legítimas do povo trabalhador em todo Brasil, que elas tragam benefícios, melhorias e conquistas de direitos para todas as categorias.

 

SEM HIPOCRISIA: A PM MATA POBRE TODO DIA

Cecilia Ribeiro

            O mês de maio nas comunidades do Rio de Janeiro foi marcado pela habitual violência do Estado contra os moradores. Às vésperas da Copa do Mundo, uma guinada interessante observada foi em relação às informações reproduzidas pelas mídias: em um movimento de incitar a desmobilização, as ocorrências de violência policial e protesto popular foram muitas vezes ignoradas pela grande mídia. Além disso, houve a sempre presente tentativa de criminalização dessas manifestações, com o uso de palavras pejorativas como “bandidos”. As mídias alternativas, por sua vez, não conseguiram cobrir todos os acontecimentos, focando nas diversas greves de categorias pelo país.

No dia 05 de maio, segunda-feira, um tiro atingiu o menino de 8 anos Vitor Gomes Bento no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. O menino foi levado por moradores para o Hospital do Andaraí, onde passou por cirurgia, foi transferido para outro hospital e continuou em estado grave nos dias seguintes. Policiais da UPP atiravam a esmo nas vielas da favela durante um patrulhamento e acabaram por atingir a criança na cabeça, o que foi motivo de grande revolta. Segundo a polícia, estavam revidando tiros de criminosos que os atacaram, mas eles conseguiram fugir.

Após o grave ocorrido, moradores protestaram ateando fogo em lixos e fechando as ruas com barricadas, enfrentando a repressão da tropa de choque. Os protestos seguiram nos dias 6, 7 e 8 de maio, com barricadas, pedras, paus e rojões contra o aparato de guerra utilizado pelo Estado, sendo duramente reprimidos. Um PM e mais uma criança foram feridos. Além disso, após o dia 6, foram ignorados pela mídia, que quase não relatou os protestos dos dias 7 e 8.

O mês de maio teve outro marcante episódio de protesto nas comunidades. Ocorreu na favela de Manguinhos, no dia 14. Policias da UPP atiraram, pelas costas, no jovem Jonathan de Oliveira Lima, de 19 anos. Segundo os policiais, ele foi baleado em confronto, mas depoimentos de familiares e da população em peso mostram que Jonathan não estaria em posição de confronto porque não era “bandido”.

No protesto que se seguiu, os moradores, revoltados com a morte de mais um inocente, chegaram a depredar a base avançada da UPP da Favela da Coréia e a tentar fechar as avenidas Leopoldo Bulhões e dos Democráticos, perto de onde ocorreu o assassinato, mas foram duramente reprimidos pelo Bope e pelo Choque.

No dia 25, um grupo atacou a base da UPP Camarista Méier, na Boca do Mato, no Morro do Céu, com paus e pedras. As únicas informações, vinculadas somente pela grande mídia, afirmavam que eram “criminosos” e atacaram o local ao verem a chegada dos policias. As características do “ataque” deixam dúvidas quanto à definição do grupo como “criminosos”, porém não foram encontradas outras informações em sites de notícias alternativos.

No dia 27, terça, uma operação policial na Favela do Antares foi motivo para uma manifestação, que fechou as avenidas Antares e Cesário de Melo, em Santa Cruz. Ainda não foram encontradas outras informações.

Leia mais:

http://www.anovademocracia.com.br/no-131/5369-rj-morro-dos-macacos-se-levanta-contra-upp

http://www.jornalterceiravia.com.br/noticias/estado_do_rj/47419/garoto_baleado_no_morro_dos_macacos_e_transferido_de_hospital_no_rio

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2014/05/06/interna_brasil,426359/garoto-baleado-no-morro-dos-macacos-e-transferido-de-hospital-no-rio.shtml

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2014/05/06/interna_brasil,502341/e-grave-estado-de-saude-de-menino-baleado-em-confrento-no-morro-dos-macacos.shtml

http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-05-14/jovem-e-baleado-e-moradores-fazem-protesto-na-upp-de-manguinhos.html

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/05/14/protesto-de-moradores-em-favela-com-upp-termina-em-confusao-no-rio.htm

https://www.facebook.com/jornalanovademocracia/posts/648534518549553[

https://www.facebook.com/jornalanovademocracia/posts/648385455231126

http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2014-05-05/bala-perdida-atinge-crianca-no-morro-dos-macacos.html

http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2014/05/policiais-da-upp-camarista-no-rio-sofrem-ataque.html

http://noticias.band.uol.com.br/cidades/rio/noticia/100000685375/policiais-de-upp-s%E3o-atacados-no-m%E9ier.html

 

COLÔMBIA – Paralisação Nacional Agrária e Popular.

                                                                       Lucas Bártolo

No dia 28 de abril teve início o Paro Nacional Agrário e Popular de 2014. Conforme anunciado pela Cumbre Agraria em março, a paralisação liderada pelo setor  se dá em resposta ao não cumprimento por parte do governo dos acordos firmados nos  debates que transcorreram ao longo de oito meses, desde as grandes mobilizações do ano passado.

Ainda no início do mês de abril, dia 11, representantes da Cumbre Agrária se reuniram com o presidente Juan Manuel Santos, que manteve a mesma postura e discurso dos últimos oito meses, tentando conquistar uma quietação popular, através de acordos que nunca são cumpridos, almejando condições favoráveis para a reeleição nas eleições de maio. No entanto, subestimar a força popular não lhe rendeu bons retornos. Os movimentos sociais mantiveram a chamada para um novo paro nacional agrário e popular, que se consolidou no último dia 28. A adesão ao paro vem acontecendo em mais de dez estados colombianos, com paralisações no transporte, educação, comércio e produção agropecuária. No dia internacional dos trabalhadores, 1º de maio, a população urbana colombiana saiu às ruas acrescentando outras demandas aos protestos e manifestando seu apoio aos companheirxs do campo.

Deste modo, o cenário é bem semelhante ao que vimos no segundo semestre de 2013. A revolta camponesa se dá pelos pertinentes motivos: 1) o tratado de livre comércio que prejudica gravemente os produtores rurais em detrimento das importações e da inserção de multinacionais no interior; 2) as mineradoras que acabam com as perspectivas dos mineradores artesanais e de pequeno porte, bem como na ocupação de terras ancestrais de indígenas e afro-colombianos[1]; 3) do repúdio e a exigência de intervenção à violenta e criminosa repressão articulada entre paramilitares e forças oficiais do governo.

Nas grandes cidades, as mobilizações levaram 30 mil pessoas às ruas da capital, Bogotá, neste dia internacional de luta trabalhista, com destaque para as reivindicações dos setores da saúde e da educação, também protagonistas na jornada de 2013, somando-se às mobilizações iniciadas no dia 28 de abril.

O diferencial percebido neste novo paro agrário em relação ao do ano passado, seria que o atual possui uma caráter muito mais unificado. Frente aos problemas citados anteriormente, que afetam de diferentes formas e geram diferentes demandas por parte de cada categoria, as organizações rurais se unificam em dois grandes grupos: a Cumbre Agrária Campesina, Étnica e Popular e a Dignidade Agropecuária. Juntos, esses movimentos trazem para a luta coletiva uma pauta também única, de caráter mais geral, com a consciência de que a união é a melhor forma de luta.

Evidentemente, a repressão militar é proporcional à dimensão da mobilização popular. Militares infiltrados nos atos intimidam e criminalizam os manifestantes, tal como observamos nas ruas brasileiras, inclusive com o disparo de armas de fogo. O exército nacional também participa das ações terroristas. O governo, como de costume, criminaliza as mobilizações acusando-as de envolvimento com “organizações criminais”. Em tempo, segundo dados da Comissão Colombiana de Juristas (CCJ), a cada quatro dias, um defensor dos direitos humanos ou líder social é assassinado. Números ainda mais preocupantes se considerarmos que as ocorrências aumentaram em 2,4% em 2013.

A experiência da jornada de 2013, portanto, tem sido aproveitada pelos trabalhadores para reforçar a luta, que desde aquele período vem sendo construída sobre os pilares da união desses trabalhadores. Tal experiência de luta trouxe também a cautela com os oportunistas que fatalmente surgirão na reta final da corrida eleitoral.  Além, claro, da potencialização da resistência popular frente às tentativas de amansamento por repressão e demagogia, que é tudo o que se pode esperar daqueles que governam. Aliás, como noticiado no boletim passado, a abstenção em quase 60% dos eleitores nas eleições legislativas de abril último, somada ao paro nacional, evidencia a instabilidade de um governo que se torna ilegítimo para os trabalhadores colombianos. Mais do que um governo, uma forma de poder ilegítima.

Leia mais:

http://anncol-brasil.blogspot.com.br/

http://www.colombiainforma.info/

http://colombiasoberanalavozdelosoprimidos.blogspot.com.br/

http://prensarural.org/spip/

 

MÉXICO – Por uma luta dos trabalhadores verdadeiramente internacionalista

Anizio Lobo

Em meio a uma conjuntura política tensa, que abarca discussões acaloradas sobre as reformas estruturais, a manutenção das atividades das polícias comunitárias e autodefesas, entre outros temas, este 1º de maio mexicano ratifica a tese apresentada em nossos boletins anteriores: há de fato um protagonismo dos movimentos populares de natureza libertária na atual conjuntura política mexicana no que concerne ao enfrentamento com as forças do Estado. E o aferimento do potencial combativo desses movimentos populares pode ser facilmente realizado a partir das análises das ações desses grupos e das reações tomadas pelo Estado mexicano.

Na capital, Cidade do México, organizações políticas e sindicais ligadas a setores do Partido Comunista convocaram seus militantes para o que seria chamado de Marcha Vermelha. Em resposta à convocação do ato comunista, grupos de extrema-direita chegaram a articular uma intervenção no evento, mas a forte presença de brigadas antifascistas intimidou os nacionalistas que acabaram por não se fazer presentes. Apesar da forte presença policial e das palavras de ordem tonificadas por críticas e provocações contra o capitalismo, a marcha seguiu pelas ruas da capital federal sem causar grandes inconvenientes – respeitando a “ordem” – e se encerrando na Praça de Zócalo.

Em comunicado, a CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores) relembrou a difícil situação dos mais de 6 milhões de desempregados na economia mexicana. Reforçou a crítica apontando o grande volume de demissões no funcionalismo público, o que implica na maior precarização dos serviços do setor, além da sua entrega para exploração ao capital privado. A central sindical ainda alertou sobre os constantes ataques do Estado mexicano e do grande capital contra os direitos já constituídos dos trabalhadores, contra a liberdade de expressão dos movimentos sociais e contra a liberdade de organização e ação sindical.

Não obstante, o protagonismo no 1º de maio mexicano, de fato, deve ser atribuído ao ato da queima da bandeira nacional, em Oaxaca, por anarquistas e militantes de movimentos sociais. Tal gesto não pode ser interpretado de outra forma senão como a reafirmação do caráter autônomo e internacionalista da luta dos trabalhadores. Para tais militantes, se tratando do dia internacional de celebração da luta dos trabalhadores, a mensagem a respeito desses valores é de essencial divulgação. Porém, logo em seguida, quando a manifestação que reunia milhares de pessoas se dispersava, as forças repressoras do Estado deram a resposta ao protesto, detendo 9 manifestantes. Até o momento 5 desses 9 manifestantes já foram apresentados perante um tribunal, sob a acusação de “ultraje a um símbolo nacional”. Imediatamente, diversos movimentos sociais se solidarizaram com os presos políticos e se manifestaram publicamente contra a acusação e prisão arbitrárias realizadas pelo Estado mexicano.

 

Leia mais:

http://www.kaosenlared.net/secciones/s2/solidaridad/item/86864-cgt-1-de-mayo-%C2%A1viva-la-lucha-internacionalista-%C2%A1viva-el-ezln.html

http://www.kaosenlared.net/america-latina/item/86668-1ro-de-mayo-rojo-en-la-ciudad-de-m%C3%A9xico.html

http://www.kaosenlared.net/america-latina/item/87090-m%C3%A9xico-quema-de-bandera-en-oaxaca-es-ejercicio-de-la-libertad-de-expresi%C3%B3n-article-19.html

http://www.kaosenlared.net/america-latina/item/86726-m%C3%A9xico-nombres-y-situaci%C3%B3n-de-los-detenidos-por-la-marcha-del-1-de-mayo-en-oaxaca.html

 

PERU – Conflitos entre os mineiros informais e o governo peruano

Matheus Pellegrini

O mês de março no Peru foi marcado por um acirramento da disputa entre os chamados “mineiros ilegais” e o programa de formalização da mineração empreendido pelo governo peruano nos últimos anos com a premissa central de combater os impactos ambientais causados pela atividade mineradora.

Vale ressaltar que a mineração constitui uma das principais atividades econômicas do país. O principal produtor de ouro da América Latina e o quinto maior exportador do metal no mundo, desde meados de 1980 veio expandindo a atividade enormemente como expressão de uma parcela significativa da população empobrecida, que encontrou na extração artesanal uma forma de garantir o seu sustento. Com isso, outros problemas sociais também acompanharam esse crescimento como corrupção, tráfico de pessoas, danos severos ao meio ambiente e à saúde humana, evasão fiscal, etc.

Diante disso, nos últimos anos o governo peruano resolveu contornar os problemas decretando a formalização desses trabalhadores para que se possa controlar a atividade e evitar os danos apresentados. Desde então, têm-se discutido as propostas para a formalização entre as partes envolvidas chegando a poucos acordos com muita lentidão.

Segundo algumas organizações de mineiros, como a Federación Minera de Madre Dios, os acordos não têm sido cumpridos pelo governo e muitos trabalhadores aguardam ainda para ser legalizados, sem resultados. Em contrapartida, dado o lento processo de formalização e a alarmante situação ambiental, desde o ano passado o governo peruano resolveu enfrentar a atividade mineira estritamente ilegal, que se dá em áreas não autorizadas, com ações policiais em acampamentos mineiros, destruindo as máquinas utilizadas para a extração e punindo formalmente os trabalhadores envolvidos, além de estabelecer o prazo final de formalização para 19 de abril desse ano.

Com isso começaram os conflitos entre os mineiros e o governo peruano. No final do ano passado, integrantes da Confederação Nacional de Mineradores Artesanais e Pequenos Produtores Mineradores do Peru começaram uma greve nacional contra a repressão e destruição dos equipamentos e contra o fracassado processo de formalização. Desde então, diversos protestos têm se espalhado pelo país pedindo também a prorrogação do prazo estabelecido para a formalização, alegando que a grande maioria dos mineiros ainda não foi devidamente legalizada.

Esse mês, cerca de 5000 mineiros marcharam à Lima, vindo de diversas regiões do país para protestarem contra o prazo final fixado pelo inflexível governo, acampando na praça Dos de Mayo da capital e caminhando diariamente até o centro da cidade. Enquanto isso, outros milhares se manifestavam e bloqueavam estradas em Arequipa, Puno e Madre de Dios, chegando a realizar depredações e uma tentativa de tomada do aeroporto de Puerto Maldonado. Naturalmente o Estado enviou forças policiais que lançaram bombas de gás lacrimogênio, repetidos disparos para o alto com muita truculência. Alguns manifestantes atiravam pedras contra as viaturas e esbravejavam em meio a confusão. Desses conflitos espalhados, houve alguns manifestantes detidos, feridos e mortos. Em Arequipa, na estrada Panamericana Sur, participaram cerca de 1000 policiais, e o saldo da ação foram 3 civis e um policial com ferimentos graves, e 14 mineiros feridos por armas de fogo ou contusões. Em Madre de Dios, na capital regional de Puerto Maldonado, no dia 12, três pessoas morreram, cerca de 38 ficaram feridas e 60 detidas. Os números ainda diferem segundo os relatos de fontes diversas.

Luis Otsuka, dirigente da Federação Mineira de Madre de Dios, já havia comentado que “Se o governo for desocupar a estrada pela força, e não pela razão, o problema pode sair do controle”. Segundo o mesmo, no tocante ao plano de formalização, “As próprias normas não permitem a formalização adequada e, ao contrário, são orientadas a (fazer) desaparecer a pequena mineração” e “Havia uma mesa técnica de diálogo para buscar uma solução para o problema, mas o governo a suspendeu e começou a destruir vários equipamentos usados na mineração”. Otsuka ainda acrescentou que “Os pequenos mineiros sofrem entraves, mas a grande mineração, sim, tem permitido o uso de maquinário pesado que prejudica o meio ambiente”.

 

Leia mais:

http://www.oeco.org.br/noticias/27645-peru-operacao-policial-contra-mineracao-ilegal-em-reserva

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=7&id_noticia=238853

http://www.inforegion.pe/medio-ambiente/168235/federacion-minera-de-madre-de-dios-oficializa-paro-indefinido/

http://puntoedu.pucp.edu.pe/opinion/mineria-ilegal/

http://elcomercio.pe/peru/madre-de-dios/marcha-mineros-ilegales-5-mil-policias-evitaran-bloqueos-noticia-1716374

http://www.larepublica.pe/01-10-2013/madre-de-dios-es-el-epicentro-de-la-protesta-de-mineros-informales

http://brasil.elpais.com/brasil/2014/03/23/internacional/1395538572_696866.html

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/10/mineiros-boqueiam-estrada-entre-peru-e-brasil.html

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,peru-embate-entre-policiais-e-mineiros-deixa-18-feridos,1149435,0.htm

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/03/confronto-entre-mineiros-ilegais-e-policiais-termina-com-3-mortes-no-peru.html

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,protesto-no-peru-chega-ao-fim-com-23-detidos,1145571,0.htm

http://lucasconrado.blogspot.com.br/2014/03/a-greve-dos-mineiros-peruanos-e-as.html

 

 

 

ARGENTINA – Entre o oficialismo pelego e a espoliação patronal

Eduardo dos Santos de Matos

No dia 10 de abril aconteceu por toda a Argentina uma paralização nacional de trabalhadores de diferentes setores trabalhistas. As reivindicações dos trabalhadores são principalmente o direito de eleições sindicais livres e proibição de suspensões e demissões, além da absolvição de petroleiros presos na cidade de Las Heras em Mendoza, condenados injustamente à prisão perpétua pela morte de um policial durante um protesto no ano de 2006. A paralização ativa se deu de maneira contrária ao exigido pelas grandes centrais sindicais argentinas, estas teriam anunciado uma paralização sem mobilizações, entretanto correntes de trabalhadores contrárias à proposta arbitrária como a CCC (Corriente Classista y Combativa) e MST (Movimento Socialista de los Trabajadores) realizaram bloqueios em ruas e avenidas em diferentes províncias do país.

Atualmente a maior central sindical argentina, a CGT (Confederación General del Trabajo), é liderada por Hugo Moyano, do sindicato dos caminhoneiros, ele faz parte de uma corrente opositora dentro da CGT, em contraposição às correntes governistas. Junto à Moyano se aliou Luis Barrionuevo, da CGT Azul y Blanco, a qual lidera desde 2008, quando foi fundada para concorrer com as correntes oficialistas. Moyano e Barrionuevo influenciam boa parte dos sindicatos atrelados a ambas centrais sindicais. Na última paralização do dia 10, a UTA (Unión Transviarios Automotor), apoiou a decisão das CGTs, passou por cima das assembleias dos metroviários, e fazendo um acordo patronal, realizou um lock out, fechando as estações e impedindo os metroviários de trabalhar. Veja nota dos metroviários no final da notícia.

A paralisação nacional realizada na Argentina traz a sempre importante e atual discussão da representatividade dos sindicatos dentro da constante peleja dos trabalhadores por melhores salários, condições de trabalho, e consciência da necessidade de universalizar essa luta. Nesse sentido, um ponto fundamental aparece ainda como distante nessa contenda. O reconhecimento imediato da livre associação sindical e a sua legalidade. Para o observador mais atento, basta captar os recentes acontecimentos pelo Brasil e perceber os rumos da verdadeira luta do trabalhador e as suas organizações. Os sindicatos oficiais não aparecem como os grandes defensores dos trabalhadores e constantemente são visíveis as suas espúrias ligações com o governo ou mesmo com a oposição de partidos pelegos, quando não, com a própria classe patronal, trabalhando no extremo oposto da necessidade e dos esforços do trabalhador.

Não há nada mais irônico e cruel dentro da luta trabalhista do que perceber os mais notórios mecanismos de força do trabalhador, as greves e os sindicatos, sendo utilizados contra eles mesmos, demonstrando a completa transformação do sindicato em instrumento, o qual, por vezes aparece nas mãos do governo e outras nas mãos do capital, enquanto os verdadeiros protagonistas ficam de fora e se deixam utilizar como massa de manobra. Não pode haver surpresa alguma no momento em que os trabalhadores quebram as amarras desta grande farsa montada e se organizam autonomamente. Negar um sindicato pelego é a consequência natural desses acontecimentos e o golpe mais certeiro e consciente do trabalhador na sua luta.

Leia mais em:

http://www.anred.org/spip.php?article7528

http://www.telam.com.ar/notas/201404/58582-denuncian-un-semi-lockout-patronal-entre-uta-y-metrovias-para-impedir-que-funcione-el-subte.html

Nota dos metroviários:

http://sindicatodelsubte.com.ar/spip.php?article399

 

O primeiro de maio

No contexto do dia dos trabalhadores se faz necessário lembrar das lutas de todos as mulheres e homens corajosos, os quais se mantém fortes contra a exploração feita pela classe empresarial, e a constante contenda pela melhora das condições de trabalho e remuneração de todos. Que fique bem claro, o dia é dos trabalhadores e não do trabalho.

O primeiro de maio foi marcado por uma grande manifestação na cidade de Buenos Aires. Após um almoço popular e a leitura de um documento conjunto dos trabalhadores, uma passeata partiu da Praça Lorea, e se dirigiu até a Praça de Maio. No ato estiveram presentes diversas organizações sociais, sindicatos e estudantes. O dia foi marcado pela conscientização da necessidade da luta contra a criminalização crescente dos protestos e movimentos sociais.

Em Salta foi realizada a maior manifestação desde o início de greve docente na província. Após 30 dias de luta, nada menos do que 15.000 pessoas saíram pelas ruas da de Salta reivindicando melhores salários e condições de trabalho. A grande conquista desses professores foi a criação da Asamblea de Docentes Unidos, uma assembleia de base livre formada por dissidentes de diversos grupos, como a ADP (Asociación Docente Provincial), a Sadop (Sindicato Argentino de Docentes Particulares), e a AMET (Associación del Magisterio de la Enseñanza Técnica), associações e sindicatos que segundo os professores não representam a categoria.

Leia mais em:

http://argentina.indymedia.org/news/2014/05/859347.php

http://argentina.indymedia.org/news/2014/05/859412.php

http://www.argenpress.info/2014/04/argentina-salta-docentes-de-paro-y.html

 

BOLÍVIA – Dia dos Trabalhadores marcado pelo sindicalismo de Estado

Karen Barrientos

O dia dos trabalhadores na Bolívia foi marcado, principalmente, pela grande marcha realizada pela COB (Central Obrera Boliviana), em parceria com o governo, pelas ruas do centro de La Paz. Neste ano de eleições para presidência, a passeata contou com a presença de Evo Morales, que aproveitou a ocasião para anunciar o aumento do salário mínimo em 20%, passando a 1.440 bolivianos, e para entregar um hotel cujo qual servirá apenas aos trabalhadores filiados da entidade. O presidente também entregou 16 automóveis para as centrais departamentais cobistas.

Esta aliança entre COB e governo vem se fortalecendo cada vez mais no decorrer do governo MAS (Movimiento AL Socialismo), demonstrando a completa dependência dos trabalhadores em relação ao Estado, e a irresponsabilidade dos dirigentes sindicais que ao compactuarem com o governo, contribuem para o enfraquecimento das lutas trabalhistas. Segundo noticiários bolivianos, as comemorações em todo o país foram em clima de insatisfação, justamente pela consciência que há entre parte da população de que a falta de autonomia sindical está prejudicando a todos os trabalhadores. Parece haver “benefícios” somente aos trabalhadores cobistas, enquanto aqueles trabalhadores independentes desta central, assim como os grupos indígenas e camponeses, continuam à margem de obter qualquer vantagem.

Pode-se dizer que essa aliança entre trabalhadores e Estado, que aceita regulamentos governistas, que visam manipular a classe trabalhadora sem oferecer condições para que os mesmos possam buscar seus direitos e reivindicarem o que de fato necessitam, só prejudica aos outros setores trabalhistas, tornando-os dependentes dos dirigentes sindicais e do governo. Lembrando do que dizia o anarquista italiano Malatesta, “o sindicato operário é, por sua natureza, reformista, não-revolucionário” (MALATESTA, 1922), pode-se compreender que o sindicalismo permanece ainda com sua base reformista, não objetivando transformações revolucionárias para os trabalhadores.

Paralelo à marcha governista, um grupo de militantes do Partido Obrero Revolucionário (POR) teve sua manifestação reprimida pela polícia. O grupo, composto por professores da região, se reuniu em El Prado, local próximo de onde ocorria a concentração da COB, com o intuito de divulgar as teorias e objetivos do partido, em comemoração ao dia do trabalhador. No entanto, tiveram sua caminhada retida por policiais que cercaram o entorno das ruas do local e lançaram gás lacrimogêneo para dispersar o movimento. O conflito se agravou e algumas pessoas ficaram feridas. Segundo um membro do partido, a passeata era pacífica e não pretendia chegar ao local onde era realizada a marcha cobista. Infelizmente, as forças de repressão contribuíram para que trabalhadores fossem tratados com desrespeito e com desnecessária violência, justamente no dia em que mais deveriam ser lembrados e respeitados.

 

MALATESTA, Ericco Sindicalismo e Anarquismo, visualizado em: http://www.marxists.org/portugues/malatesta/1922/04/06.html

Leia mais em:

http://www.eldiario.net/noticias/2014/2014_05/nt140502/politica.php?n=28&-1-de-mayo-paso-entre-discurso-vacio-y-alianza-partidaria-de-mas—cob

http://www.eldiario.net/noticias/2014/2014_05/nt140502/politica.php?n=31&-bolivianos-aseguran-que-no-hubo-nada-que-celebrar

http://www.eldiario.net/noticias/2014/2014_05/nt140502/politica.php?n=29&-trotskismo-es-reprimido-en-dia-del-trabajador

 

 

URUGUAY – Dia dos trabalhadores

Guilherme Moreira

            No Uruguai, por ocasião das comemorações do dia dos trabalhadores, ocorreram dois atos: 1) organizado pela PIT-CNT (união de duas centrais sindicais); e 2) organizado por anarquistas.

A manifestação da PIT-CNT começou durante as 9 horas da manhã e reuniu diversos sindicatos para relembrar esse dia tão importante de lutas. Nessa manifestação a polícia foi lembrada e teve grande importância nela, pois vem ocorrendo grande repressão no país principalmente contra os mais jovens. Um boneco foi vestido com o uniforme de policial da tropa de choque e foi incendiado, para representar todo o descontentamento da população com essa instituição.

Pôde ser vista a faixa com os dizeres “Más conquistas para seguir avanzando”, na qual exaltava os direitos concedidos pela atual gestão do presidente Mujica. Os manifestantes comparavam o atual governo com o dos anos 90, que foi marcado pelo neoliberalismo e a consequente perda de direitos por parte dos trabalhadores. Se analisarmos o que foi o fenômeno neoliberalismo no mundo, sobretudo na América latina, veremos que o que faz o governo de Mujica não é algo digno de ser exaltado como grande mudança realizada, uma vez que como dito nesse mesmo boletim o direito básico de manifestação não é inteiramente garantido por esses governantes. Já que não realizam mudanças profundas na polícia, por exemplo, para poder evitar esse tipo de conflito.

As 17 horas deu início a manifestação dos anarquistas com os dizeres “Ni isquierda, ni direcha, contra toda autoridad”. Com um aspecto muito mais cultural, com o intuito de levar a arte para os governados. Nesta ocupação cultural foram exibidos vídeos, realizados espetáculos teatrais e musicais. Ocorreu também a exibição de vídeos e a exposição de livros.

O espaço serviu também para a troca de informações e de experiência dos diferentes militantes anarquistas. Mesmo com chuva, a ocupação se manteve e os manifestantes continuaram debatendo o cenário político local e internacional.

 

Leia mais em:

http://www.rebelarte.info/Dia-de-los-Trabajadores-en-Uruguay

http://federacionanarquistauruguaya.com.uy/2014/04/26/por-un-1-de-mayo-clasista-acto-anarquista/

 



[1]          Vale lembrar que 77% das terras colombianas concentram-se nas mãos de apenas 16% de proprietários

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