Posted on Dec 24th, 2014
O MUNDO NOVO CONTRA OS INSTITUTOS DO SÉCULO XX Wallace Moraes – coordenador do OTAL Vivemos atualmente um momento de acirramento da luta popular no mundo inteiro. O centro perde poder e os extremos ganham força. De um lado a extrema direita, com claras posições fascistas e do outro o ressurgimento do anarquismo. Os primeiros são hierarquizados, verticais, preconceituosos com relação a raça, opção sexual, religiosa, etc, com claras ligações com grupos militares e com voz ativa nos oligopólios de comunicação de massa no Brasil e no mundo. Os valores do anarquismo são exatamente o oposto daqueles defendidos pelos fascistas. A falência do centro está diretamente ligada ao fato de nas duas últimas décadas praticamente todos os partidos de esquerda e de direita chegaram ao poder na Europa, na América Latina e em alguns países da África. Todavia, em nenhum desses países, resultou em emancipação dos trabalhadores. Em rápido resumo, pela via eleitoral, nenhum país suplantou o capitalismo, caracterizado por sua explícita exploração do trabalho dos não proprietários. Com efeito, grande parcela da população deixou de acreditar na via eleitoral como forma de alteração do quadro de poder. Ganham força, por consequência, diversos coletivos não institucionais e revolucionários, mesmo que o sentido de revolução não seja o clássico de tomada do poder, característico dos séculos XIX e XX, mas de luta contra o próprio poder, ou pelo poder popular, horizontal e não hierárquico. Assim, surgiram a Ação Global dos Povos (1998-2001), as rebeliões das periferias em Paris (2005-2007) os movimentos de Occupy (2011-12), a Primavera Árabe, a Revolta dos indignados na Espanha, Chiapas, Oaxaca e Guerrero no México, Revolta do Vinagre no Brasil, Panelaço na Argentina, e grande luta popular na Colômbia, na Venezuela, Bolívia, Equador, Nicarágua e em outros lugares. A revolta mais recente aconteceu no centro financeiro mundial– EUA. Em Nova York e em outras partes do país, negros saíram às ruas para protestar contra a arbitrariedade da polícia que mata mais negros e pobres. A polícia lá como aqui passa por um descrédito popular pelos assassínios dos Amarildos. Neste último mês greves gerais são preparadas na Itália e na Bélgica em defesa dos direitos dos trabalhadores. Por outro lado, a reação dos conservadores é também emblemática. Anarquistas são presos na Espanha; 43 estudantes são assassinados no México e 23 lutadores populares são julgados no Brasil com fortes indícios de que serão condenados. Ao mesmo tempo, os...
Posted on Nov 5th, 2014
10° Boletim do OTAL – agosto/setembro/outubro de 2014 Nesse boletim estamos fazendo uma inovação. Como as lutas no Brasil foram muito intensas desde o ano passado, então dividimos o país por regiões, como unidades de análise. Assim, Matheus Pelegrine ficou responsável por cobrir a região centro-oeste e pode perceber através de uma crítica acurada diversas ações diretas realizadas pelos governados de lá. Greves, bloqueios de vias e enfrentamento marcaram as lutas da região. Rodrigo Agueda ao descrever a luta dos sem-terra em Minas fez uma excelente associação com a luta do campesinato na Idade Média, resgatando as pesquisas realizadas por Kropotkin. A luta na época medieval e atual tem aspectos muitos distintos, mas também muitas semelhanças. Essas implicam no fato de desde há muito os poderosos buscarem transformar o principal meio de subsistência, a terra, em mercadoria. Trata-se da prevalência do lucro sobre a vida, como diria, Chomsky. Agueda ainda escreveu um balanço das eleições em Minas Gerais, mostrando a falsa disputa entre os candidatos do agronegócio, dos banqueiros e dos empresários. Vale ler! No Boletim sobre o México, Anízio Lobo mostra a peleja dos estudantes do Estado de Guerrero contra o Estado, o capital e o narcotráfico. A repressão tem sido enorme para tentar desbaratar os insurgentes mexicanos. O México é um país em ebulição com uma ação bastante contundente por fora da institucionalidade. Vale a pena ler. Algo muito parecido acontece no Chile com governados que contestam o poder, segundo Bárbara Dantas. O povo de Mapuche tem dado significativos exemplos de ação direta para garantir um mínimo de autonomia que o E$tado teima em negar. Dantas também relata a luta contra a mercantilização da educação superior no Chile, bem como a greve dos mineiros por melhores condições de trabalho e salários. Guilherme Moreira nos descreve a forma repressiva como o governo Mujica trata os movimentos sociais mais combativos e como não investe com força em educação e ao mesmo tempo coloca um plebiscito para discutir a diminuição da maioridade penal. Andressa Villa Real nos apresentou a luta que está sendo travada no Equador para evitar que os legisladores criem leis em contrário aos interesses dos governados. A opção foi unificar a luta por meio dos diversos movimentos sociais. Vale ler. Brasil: Boletim OTAL Agosto/2014 Breve balanço das eleições em Minas Gerais Pesquisador responsável: Rodrigo Cerqueira Agueda Minas Gerais se viu...
Posted on Jun 28th, 2014
Boletim de junho de 2014 do OTAL Apresentação do Boletim do OTAL de junho de 2014 Wallace Moraes Junho é o mês da copa no Brasil e as lutas populares foram abafadas por comemorações estimuladas pelos grandes oligopólios de comunicação de massa no país. A sensação que temos é que houve uma diminuição de toda a luta popular na região que refletiu no nosso boletim também, diminuto com relação aos anteriores. O pesquisador Eduardo Matos relata diversas luta pontuais de trabalhadores na Argentina, destacando dois pontos: 1) a solidariedade dos trabalhadores em favor de demitidos; 2) a violência estatal contra seu povo em Buenos Aires e em Córdoba. Vale a leitura. O boletim da pesquisadora Ana Luiza Dias mostrou a continuidade e a intensificação da luta sindical no Brasil do final de maio até o início da Copa. Foram tempos históricos da luta popular no Brasil. O pesquisador Lúcas Bártolo confirma empiricamente, com o exemplo colombiano, a falência da democracia representativa, quando aponta que 61% do eleitorado não foi às urnas para escolher o presidente do país. Percebemos assim que a Colômbia ratifica a tendência mundial. Boa leitura, reflexão e ação! ARGENTINA Eduardo Matos Violência, a única resposta do Estado Na localidade de Longchamps, parte sul da província de Buenos Aires, 150 famílias ocupavam há 50 dias terras sem uso e prédios abandonados nos limites do bairro 14 de febrero. A ocupação deste bairro começou há cinco anos e seus moradores são na grande maioria imigrantes de países vizinhos. O local não possui planejamento nem urbanização, as residências muito simples sequer contam com luz e água encanada. Em suma, o bairro e seus moradores foram esquecidos pelo governo. O local continua se expandindo e mais famílias chegam a todo o tempo, ultrapassando os limites do bairro. Um total de 150 famílias se estabeleceu há 50 dias nos limites de 14 de febrero, iniciando uma nova ocupação, demarcando terras e tomando prédios ociosos. Seus ocupantes reclamam principalmente da falta de moradias e de resposta do governo às demandas por eles almejadas. Os moradores tem a intenção de criar no local uma creche e um restaurante comunitários. Entretanto no dia 30 de abril, um total de 50 policiais armados com armas de bala de borracha e chumbo, escudos e cacetetes foram destacados para reprimir e expulsar os ocupantes. A repressão fez uma dezena de...
Posted on Jun 28th, 2014
Boletim de maio de 2014 do OTAL Apresentação do Boletim do OTAL de maio de 2014 Wallace Moraes Maio é o mês das comemorações do dia dos trabalhadores em todo o mundo. Com efeito, os pesquisadores do OTAL tentaram retratar a luta e as comemorações nos diferentes países da América Latina. As divisões da classe trabalhadora em partidos ou mesmo por veio ideológico, como reformistas e revolucionários, fez com que as comemorações fossem realizadas por vezes dentro do país de maneiras distintas. Tal como ocorreu na Argentina, Uruguai, Bolívia e México. No Brasil, poderemos perceber a continuidade da intensa luta por direitos humanos levada a cabo pelos moradores de favelas e periferias, principalmente, do Rio de Janeiro. Eles almejam não ser presenteados por balas “perdidas” toda vez que a polícia sobe o morro. Atualmente, esses governados têm mostrado sua indignação e enfrentado as forças de repressão do estado com paus e pedras. Veja no excelente relato de Cecília. A pesquisadora Ana Luiza Dias descreve aquilo que tem sido o cotidiano brasileiro no clima pré-copa caracterizado por vários movimentos grevistas. A luta de classes está a todo vapor no Brasil e se expressa pelas tentativas de diminuição das perdas salarias de diversas categorias como: rodoviários, metroviários, garis, professores, engenheiros, funcionários públicos e diversas outras. O Brasil em maio/junho esteve “ardendo”, como mostra Dias. O pesquisador Lucas Bártolo vem cumprindo um papel histórico importante ao relatar as lutas populares na Colômbia, país marcado pela luta de várias guerrilhas e por levantes populares importantes, simultaneamente, por governos extremamente autoritários e repressivos. Bártolo mostra o alto número de mortes de ativistas políticos no país. Nesse boletim, ainda, são tratados os desdobramentos do grande paro agrário e a intransigência do governo de Santos, agora reeleito, em não negociar com os trabalhadores. O pesquisador Anízio Lobo mostra o protagonismo da luta internacionalista no México e o quanto a luta libertária é perseguida pelos agentes do Estado. Oaxaca e Chiapas continuam fervendo em fogo revolucionário. Eduardo Matos descreve a luta dos trabalhadores na Argentina e o título do seu boletim resume muito bem o momento atual da luta sindical no país de Messi: “Entre o oficialismo pelego e a espoliação patronal”. O pesquisador relata como que as estruturas sindicais levam muitas vezes a paralisia. Vale a pena ler. Karen Barrientos relata de maneira única a ligação da principal central sindical boliviana com o governo. Essa...
Posted on Apr 24th, 2014
APRESENTAÇÃO DO BOLETIM DE MARÇO DE 2014 Pesquisador responsável: Wallace Moraes A revolta popular latino-americana, cujo auge aconteceu em 2013, tem agora seus reflexos em diferentes países. No Brasil, nas periferias e favelas, o assassinato de qualquer morador vira grande motivo para manifestações confrontacionais. Antes a população ficava acuada, com medo de sofrer represálias e os protestos eram diminutos. Hoje, depois de 2013, eles são constantes, com barricadas e enfrentamentos com paus e pedras com as forças policiais, lembrando as intifadas da Palestina. Também igualmente ao conflito do Oriente Médio, as forças são desproporcionais e a grande mídia assume um lado, mentindo ou não informando corretamente sob a perspectiva do lado mais fraco. Veja mais detalhes no excelente boletim de Cecília Ribeiro. Em outro diapasão, está o movimento sindical no Brasil, que não conseguiu compreender o novo signo gestado em 2013 e continua excessivamente burocratizado, corporativo e institucionalizado, fazendo parte daquilo que Kropotkin alertou: “tanto o líder da oposição quanto o governo tem uma coisa em comum. Ambos querem a manutenção do sistema, das suas regras…” A principal luta sindical e vitoriosa foi justamente aquela que a base “atropelou” a direção e manteve a paralisação, a despeito da orientação desta. Estamos tratando da greve dos garis no Rio de Janeiro. Veja mais detalhes no revelador boletim de Ana Luíza. Flávio Moraes traz os últimos acontecimentos sobre a Venezuela e mostra o quanto a opção pela institucionalização trabalha como uma grande limitadora do avanço para qualquer projeto revolucionário. O estudo do caso concreto venezuelano é fundamental para entendermos esse processo e Moraes soube manusear as fontes de modo a deixar muito claro para o leitor. O pesquisador Lucas Bártolo descreve os últimos acontecimentos na Colômbia e mostra uma tendência regional caracterizada pela luta no campo, por terra, por sobrevivência, histórica da América Latina. Além disso, também confirma uma das principais tendências atuais que os politólogos e historiadores teimam em ignorar. Trata-se da falência da democracia representativa. Quase 60% dos eleitores optaram por não escolher nenhum candidato para governá-los. Fato que já aconteceu no mês passado no Chile e acontece em praticamente todos os países do mundo, como ratificou o último processo eleitoral francês. Pedro Torres faz uma excelente comparação, percebendo grandes semelhanças entre os últimos acontecimentos do Paraguai com os da revolta do vinagre de 2013 no Brasil. A luta contra os altos custos e a precariedade do transporte público...
Posted on Apr 24th, 2014
APRESENTAÇÃO DO BOLETIM DE FEVEREIRO DE 2014 Pesquisador responsável: Wallace Moraes O nosso primeiro boletim de 2014 traz a consolidação daquilo que vem sendo gestado nos últimos anos na América Latina. Começamos com o boletim da pesquisadora Barbara Dantas Cardoso sobre os últimos acontecimentos no Chile e destacamos a ampla negação dos governados à democracia representativa. Mais de 60% da população chilena não escolheu a presidente reeleita. Isso não seria um problema de legitimidade? Os nossos politólogos oficiais, defensores da democracia minimalista, chegam ao ponto de dizer que quanto menos os eleitores se interessarem pelas eleições, melhor está a democracia. Absurdo?! Ou será que esse modelo já está desgastado na medida que as pessoas já perceberam que os representantes representam meramente seus interesses? Reflita. Discuta. Questione. O pesquisador Eduardo Matos relata a luta contra o aumento dos transportes públicos na província de Córdoba na Argentina e as muitas semelhanças com o Brasil. Os jovens foram às ruas e sofreram forte repressão policial. As lutas históricas em toda a América Latina contra os preços absurdos dos transportes públicos deveriam fazer pensar a todxs sobre o limite, imposto pelo dinheiro, ao direito de ir e vir, para garantir lucros exorbitantes aos donos de empresas de transportes. Matos ainda trata da luta nas Malvinas contra a instalação da empresa de transgênicos Monsato. Uma luta pela vida e contra o lucro. No mesmo tom do de Eduardo, o boletim de Cecília Ribeiro retrata a luta do povo equatoriano contra a Chevron-Texaco que polui o ambiente atentando contra diversas espécies, inclusive a humana. O pesquisador Matheus Reis descreve alguns acontecimentos no Peru e aborda um tema muito importante não só para o país, como também para o mundo inteiro. Trata-se do monopólio dos meios de comunicação de massa. Um tema urgente e necessário, sobretudo em tempos que se almeja regular as informações também na internet. Guilherme Moreira tal como nos boletins anteriores, nadando contra a corrente sobre aquilo que é defendido pela esquerda oficial, eleitoreira, mostra que o governo de Mujica não é exatamente aquilo que pintam. Ele também favorece ao grande capital em detrimento dos interesses dos governados. A luta popular pelo ambiente saudável é a tônica no Uruguai atual. Por fim, Gabriel Nery Inchausp mostra-nos como a volta de Daniel Ortega ao Executivo em 2007, presidente da Nicarágua durante o período revolucionário da década de 1980, não significou mudanças substantivas em...
Posted on Dec 19th, 2013
Boletim do OTAL – NOVEMBRO DE 2013 Apresentação: Wallace Moraes É com muito prazer que lançamos o último boletim do OTAL do ano de 2013. Analisando o último semestre percebemos que conseguimos alcançar o nosso principal objetivo: furar a censura da grande mídia e divulgar as lutas populares em toda a região, que, aliás, não foram poucas. Os boletins mostraram lutas em diferentes países e inclusive com características muito similares, dentre elas estiveram: 1) O uso de máscaras ou objetos que escondessem os rostos pelos insurgentes das linhas de frente; 2) a negação da política institucional viciada e dominada pelo poder econômico e pelos burocratas; 3) a ação direta. Estas foram em muitos países algo em comum. No futuro os historiadores sérios deverão escrever que o ano de 2013 foi marcado pelo levante popular na América Latina. Se esse levante conduzirá a uma nova forma de fazer política em toda a região é cedo para dizer, o ano de 2014 poderá confirmar ou não essa perspectiva, sobretudo por ser ano de eleições em muitos países. No Chile, recentemente, mais da metade da população não escolheu qualquer candidato para governar o país. Trata-se de uma tendência que vem se fortalecendo desde a década de 1990 na Europa e na América Latina. Pensando um pouco para o futuro. O Brasil no ano que vem será um grande laboratório para a luta. De um lado estarão os governantes, o poder econômico, a grande mídia e todos os partidos políticos eleitoreiros pedindo voto para seus candidatos; de outro, estarão os lutadores do povo protestando nas ruas contra a farsa eleitoral e os gastos exorbitantes com a copa e as suas remoções. Que venha 2014. Desejamos aos governados um ano de muitas lutas para que não sejam mais chamados por esse nome! Argentina: A “Marcha de la gorra”, a crise policial e os saques em Córdoba Pesquisador responsável: Eduardo dos Santos de Matos No último dia 20 de novembro teve lugar na província de Córdoba uma grande manifestação contando com mais de 15 mil pessoas. A chamada “marcha de la gorra”, (marcha do boné) acontece desde 2006, e teve nesta sétima edição o número de participantes duplicados em relação ao último ano. Organizações sociais, estudantes e partidos políticos cortaram as ruas da cidade com bandeiras, placas das suas reivindicações e um grito emblemático: “sua segurança nos limita, nossa resistência é infinita”. Lutam...
Posted on Nov 2nd, 2013
OTAL – OBSERVATÓRIO DO TRABALHO NA AMÉRICA LATINA BOLETIM DO OTAL Este boletim é uma iniciativa do grupo de pesquisa: “Observatório do Trabalho na América Latina” (OTAL) ligado ao Departamento de Ciência Política da UFRJ. Temos como objetivo principal divulgar as lutas populares, bem como a criação de direitos na América Latina, perscrutando a sua conexão. Assim queremos funcionar como uma mídia independente que a partir dos interesses dxstrabalhadorxs joga luz sobre suas diversas reivindicações com vistas a potencializar uma luta internacional. Também pretendemos produzir material empírico para a elaboração de textos acadêmicos sobre as lutas populares e a situação dos direitos trabalhistas na América Latina. Em função do forte controle ideológico dos grandes meios de comunicação, que ora estão a serviço do grande capital, ora dos governos ou das oposições oficiais, ou a um amalgama desses,nossas análises não se pautam pelas notícias divulgadas pelos grandes monopólios da comunicação. Destarte, atentaremos contra a sua barreira, que ou não publiciza as greves, os enfrentamentos e diversas reivindicações dos vendedores de força de trabalho na região, ou, quando a faz, busca desqualificá-las. Portanto, constituem-se como as nossas principais fontes, os diversos sites dos movimentos sociais autônomos da região e, sobretudo, aqueles que estão na linha de frente dasreivindicações.Nossos textos sobre a luta no Brasil serão fruto dos nossos esforços de compreensão do processo autonomamente, em primeira mão. APRESENTAÇÃO DO QUARTO BOLETIM DO OTAL – OUTUBRO DE 2013 O quarto boletim do OTAL apresenta, como de praxe, algumas das principais lutas populares na América Latina. Privilegiamos os meses de setembro/outubro. Temos notícias de protestos massivos no México, no Brasil, no Peru e na Argentina; e pontuais, na Bolívia e no Uruguai. Esse período caracterizou-se pela reação do capital e das burocracias estatais apoiadas pelos grandes monopólios de comunicação de massa contra as manifestações. Assim, a criminalização da luta está em pleno vigor na região. Os casos de Brasil, México, Uruguai e Colômbia são exemplares. Apesar da forte repressão, da traição de aparelhos partidários eleitoreiros e da campanha de difamação levada a cabo pela grande mídia, os movimentos não pararam e estão se reinventando. Abrimos o boletim com uma nota de repúdio ao Estado e a sua violência contra manifestantes no Brasil. Nesta fazemos um breve histórico das manifestações. Veremos também que na Argentina, os vendedores de força de trabalho conduziram uma luta incessante contra a multinacional do agronegócio,Monsanto,e...
Posted on Sep 6th, 2013
OTAL – OBSERVATÓRIO DO TRABALHO NA AMÉRICA LATINA BOLETIM DO OTAL Este boletim é uma iniciativa do grupo de pesquisa: “Observatório do Trabalho na América Latina” (OTAL) ligado ao Departamento de Ciência Política da UFRJ. Temos como objetivo principal divulgar as lutas populares, bem como a criação de direitos na América Latina, perscrutando a sua conexão. Assim queremos funcionar como uma mídia independente que a partir dos interesses dxstrabalhadorxs joga luz sobre suas diversas reivindicações com vistas a potencializar uma luta internacional. Também pretendemos produzir material empírico para a elaboração de textos acadêmicos sobre as lutas populares e a situação dos direitos trabalhistas na América Latina. Em função do forte controle ideológico dos grandes meios de comunicação, que ora estão a serviço do grande capital, ora dos governos ou das oposições oficiais, ou a um amalgama desses,nossas análises não se pautam pelas notícias divulgadas pela grande mídia. Destarte, atentaremos contra a sua barreira, que ou não publiciza as greves, os enfrentamentos e diversas reivindicações dos vendedores de força de trabalho na região, ou, quando a faz, busca desqualificá-las. Portanto, constituem-se como as nossas principais fontes, os diversos sites dos movimentos sociais autônomos da região e, sobretudo, aqueles que estão na linha de frente dasreivindicações.Nossos textos sobre a luta no Brasil serão fruto dos nossos esforços de compreensão do processo autonomamente, em primeira mão. APRESENTAÇÃO DO TERCEIRO BOLETIM DO OTAL – SETEMBRO DE 2013 O terceiro boletim do OTAL apresenta algumas das principais lutas populares do mês de agosto na América Latina. Assim, temos notícias de protestos massivos na Colômbia, México, Brasil e no Chile; e pontuais, na Argentina, Venezuela e no Uruguai. O mês de junho foi o ápice de todas essas movimentações, mas as lutas não pararam. Novas reivindicações surgem e pressionam governos e capital por melhores condições de vida. A região possui um déficit muito grande de direitos, de liberdade e de autonomia.O capitalismo junto com os Estados autoritários tornam a vida do trabalhador na América Latina demasiadamente ruim em meio a enormes riquezas. Se em junho houve um crescimento das lutas, em agosto ocorre a reação do Estado na defesa do capital. Os casos da Colômbia, do Brasil e do Chile são emblemáticos para esse aspecto. Saibamos um pouco mais sobre as lutas na região. Boa leitura, reflexão e ação! Editor TERCEIRO BOLETIM DO OTAL – SETEMBRO/2013 BRASIL E OS RESQUÍCIOS DA REVOLTA...
Posted on Aug 12th, 2013
OTAL – OBSERVATÓRIO DO TRABALHO NA AMÉRICA LATINA SEGUNDO BOLETIM DO OTAL JULHO/2013 BRASIL JULHO E O PROTAGONISMO DO BLACK BLOC NA REVOLTA DO VINAGRE Pesq. Resp.: Wallace de Moraes Depois do ápice no final de junho, houve uma pulverização das manifestações. Médicos, caminhoneiros e algumas outras categorias foram às ruas. Não obstante, o protagonismo esteve com as organizações políticas populares. Além disso, o Rio de Janeiro foi o lugar privilegiado dessas manifestações, chegando a ter dias com vários atos em lugares diferentes do Estado. Algo inimaginável antes de junho. Dois temas foram centrais da pauta comum do movimento: 1) a morte de Amarildo; 2) o surgimento do Black Bloc carioca. O primeiro virou quase que slogan geral do movimento. Trata-se do “sumiço” do auxiliar de pedreiro, pai de seis filhos, morador da da Rocinha, Amarildo de Souza. Ele foi detido por alguns policiais na favela, levado para a UPP da mesma, e nunca mais apareceu. As câmeras da policia na comunidade, coincidentemente, nesse dia estavam desligadas. A morte de Amarildo significou para esta etapa da revolta o equivalente ao assassinato do Edson Luís em 1968. Assassinar pobre, principalmente, negro e homem nas favelas e periferias do Brasil é algo recorrente. São milhares todos os anos. Só que durante as manifestações e com protagonismo do povo na rua, esse acontecimento que seria naturalizado pela grande mídia e pelos governos, não passou impune. O povo cobrou. Um lema dizia o seguinte: “Amarildo não foi o primeiro, mas esperamos que seja o último a ser assassinado impunemente pela polícia nas favelas e comunidades pobres do Brasil.” Uma das perguntas mais comum no facebook foi: “Cabral, cadê o Amarildo?” Os atos públicos continuaram e, dentre os diversos grupos e indivíduos que dele participaram, chamou atenção o Black Bloc. Composto majoritariamente por jovens, todos vestidos de negro e mascarados, assumiram a linha de frente das manifestações desde o ato das centrais no dia 11 de julho. No dia 30 de junho (ato da final da Copa das Confederações no Maracanã), eles já estavam presentes, mas ainda em número pequeno e não muito organizados. No dia 11, eles já estavam preparados com escudos e lixeiras para abafar as bombas de gás lacrimogênio e fazer a proteção dos manifestantes. Assim, organizaram e assumiram o protagonismo no ato na casa do governador no dia 17 de julho (dia da queima dos manequins da Toulon); no...
Posted on Aug 12th, 2013
PRIMEIRO BOLETIM DO OTAL – JULHO/2013 APRESENTAÇÃO: Este boletim é uma iniciativa do grupo de pesquisa: “Observatório do Trabalho na América Latina” (OTAL) ligado ao Departamento de Ciência Política da UFRJ. Temos como objetivo principal divulgar as lutas populares, bem como a criação de direitos na América Latina, perscrutando a sua conexão. Assim queremos funcionar como uma mídia independente que a partir dos interesses dxs trabalhadorxs joga luz sobre suas diversas reivindicações com vistas a potencializar uma luta internacional. Também pretendemos produzir material empírico para a elaboração de textos acadêmicos sobre as lutas populares e a situação dos direitos trabalhistas na América Latina. Em função do forte controle ideológico dos grandes meios de comunicação, que ora estão a serviço do grande capital, ora dos governos ou das oposições oficiais, ou a um amalgama desses, nossas análises não se pautam pelas notícias divulgadas pela grande mídia. Destarte, atentaremos contra a sua barreira, que ou não publiciza as greves, os enfrentamentos e diversas reivindicações dos vendedores de força de trabalho na região, ou, quando a faz, busca desqualificá-las. Portanto, constituem-se como as nossas principais fontes, os diversos sites dos movimentos sociais autônomos da região e, sobretudo, aqueles que estão na linha de frente das reivindicações. Nossos textos sobre a luta no Brasil serão fruto dos nossos esforços de compreensão do processo autonomamente, em primeira mão. Os sites pesquisados serão citados na bibliografia do boletim. Nesse nosso primeiro boletim (Julho de 2013) damos destaque para a Revolta do Vinagre no Brasil. Depois de muito tempo sem as pessoas tomarem as ruas em número altamente significativo, o povo acordou, como dizia uma das palavras de ordem das passeatas, e tomou as ruas com grandes enfrentamentos com as forças de repressão do Estado e do capital. Boa leitura! Wallace de Moraes Prof. Dr. DCP/IFCS/UFRJ Coordenador do OTAL PRIMEIRO BOLETIM DO OTAL Brasil – Revolta do Vinagre no Brasil – junho de 2013 Pesq. Resp.: Wallace de Moraes As jornadas revolucionárias de junho de 2013, cujo paroxismo aconteceu nas manifestações da semana de 17 a 23, já podem ser computadas como as maiores da história do Brasil. Nada se iguala em número de pessoas nas ruas. Tirando os levantes populares e suas diversas revoltas isoladas ao longo da história, em nenhum momento houve tantos enfrentamentos simultâneos com a polícia, encarregada de defender o Estado e o capital, praticamente...